
Os olhos no tom verde e os cabelos loiros não são costumeiros nos jogos de futsal amador no Ginásio Derlizão. Dirigentes no comando, marmanjos na comissão técnica, jogadores na quadra e árbitros para impor disciplina. No banco de reservas da UFSM, uma surpresa na noite deste sábado, 15, durante a partida contra a AABC São José, pelo Estadual da Série Bronze. Natural de Lajeado, Bruna dos Santos, de 23 anos, estava atenta à preparação física dos atletas do time santa-mariense.
Auxiliar técnica credenciada pela Federação Gaúcha de Futsal, Bruna aguarda com ansiedade o mês de agosto, época especial que representará a sua formatura em Educação Física -Bacharelado. A equipe da UFSM foi a ponte para o estágio e graduação desta jovem, que atua há dois anos no projeto esportivo.
Não falta dedicação durante as atividades práticas, mesmo que a função não seja remunerada. “Os acadêmicos ganham bolsas de estudo”, ressalta. A formanda afirma que o projeto de extensão é vinculado ao Laboratório de Análise dos Cenários Esportivos na Mídia (Lacem).
A noção da importância da pesquisa não é deixada de lado. Durante os treinos, a preparação física é intensificada para o elenco chegar devidamente preparado para os jogos competitivos. Antes do apito inicial, o estilo feminino dá conta do aquecimento. Bruna fica atenta para que o plantel ao relaxe no quesito atenção. O controle da organização do plantel também faz parte do trabalho.
O fiel escudeiro é o irmão do técnico Gabriel Pranke, Saul. E não é tão fácil assim para ela ser a responsável pelo fardamento dos 24 atletas. Um deles é especial para a formanda, principalmente na área sentimental: o capitão do time, Diozer Dalmolin, 25, foi mais longe na amizade e o namoro continua firme.
RESPEITO NO VESTIÁRIO - Frequentar o vestiário da UFSM na condição de única mulher entre os demais integrantes até que intimidou a jovem Bruna no início da trajetória. A barreira foi rompida quando ela percebeu a confiança que o grupo tem ao conferir a sua dedicação.
“Entro neste vestiário masculino sem constrangimento. O local tem regras de comportamento. Os jogadores me respeitam. Participo inclusive do momento da oração”, salienta. Ela e os seus companheiros saíram do Derlizão amargando uma goleada por 5 a 1 imposta pelo Zequinha. Tropeço que não influenciará na carreira promissora da desportista. próximo desafio é ver o seu nome no Conselho Regional de Educação Física (Crefi) ainda neste ano.