Famílias às margens do Amorim. Perigo, drama e abandono

Por
Famílias às margens do Amorim. Perigo, drama e abandono
DESTAQUES
22 de abril de 2019 - DSCN9997

 

 

 

Passarela de tábuas para chegar em casa. Drama constante na Ilha do Amor. Fotos: Cacau Moraes

Um grupo de dez famílias que mora às margens do Arroio Amorim, no Bairro Bom Retiro, convive com a erosão batendo à porte de suas moradias. A comunidade da Ilha do Amor, como é chamada, se desespera a cada chuva porque sabe que a força da enxurrada – que estás prestes a mudar o curso do Amorim – causa estragos e leva por diante entulho e um monte de lixo. O drama da família se estende há mais de 15 anos.

Antes eram uma travessia com algumas tábuas. Agora são duas onde homens, mulheres e crianças se arriscam para chegar nas suas casas porque correm o risco de cair de um barranco de quase cinco metros de altura. Quando surgiram as primeiras casinhas, o contexto era outro, mas com o passar do tempo o local ficou perigoso tanto que algumas famílias já abandonaram a Ilha do Amor.

A maioria das casas foram erguidas em uma área de risco e, como não houve, fiscalização o perigo é constante. A inundação do Amorim já carregou postes de iluminação, canalização de água e deixou um amontoado de pneus, madeira, plástico e muita sujeira. “O jeito é sair daqui”, diz a dona de casa, Maria Eduarda Silva, acrescentando que já conseguiu um terreno na Vila Nova. Ele disse que a família encontra dificuldades para construir uma nova morada.

A Ilha do Amor é uma área entre o Bairro Bom Retiro e o Loteamento Germanos. O período mais crítico é o inverno, quando chove mais e os alagamentos estão por todo o lado. A Defesa Civil de Cachoeira do Sul monitora a área há algum tempo e trabalha para a retirada das famílias. Só que se uma família sai, vem outra se instala imediatamente. Enquanto isto, a curto prazo não haverá mais passagens para a Ilha do Amor, porque as pinguelas de madeiras não resistiram ao desmoronamento do barranco do Amorim.

MAIS PERIGO

Apesar da dificuldade de moradia, as famílias têm energia e água potável. A situação de perigo não é fato constatado somente da Ilha do Amor, porque toda a margem do Arroio Amorim, entre os bairros Bom Retiro e Barcelos, está cheia de casas. Algumas foram construídas em área de risco e muitas foram danificadas pela inundação. O final da Rua General Portinho é um exemplo. O local possui casas há poucos metros do Amorim onde a umidade é constante e não existe nenhum tipo de infraestrutura.